O escritor paraibano Tiago Germano lança neste domingo (24) o quarto livro de sua carreira, “O que pesa no Norte” (Moinhos, 2022). O evento está marcado para as 16h no Bricktop’s Café, em João Pessoa (localizado na avenida Guarabira, 501, Manaíra). O lançamento acontece em meio às comemorações de 40 anos de vida do autor e vai contar também com um bate-papo de Tiago com o também escritor e colega de editora Roberto Menezes.
Tiago classifica como “uma coincidência interessante” o fato de lançar o quarto livro nos 40 anos de vida. “Considero este novo romance um pouco mais maduro que o anterior, e um pouco mais coerente com o universo que venho construindo, me exercitando nas formas breves”.
Além da nova obra, o paraibano tem no currículo o volume de contos “Catálogo de Pequenas Espécies” (Caos e Letras, 2021), o romance “A Mulher Faminta” (Moinhos, 2018) e a coletânea de crônicas “Demônios Domésticos” (Le Chien, 2017), estreia que lhe rendeu a indicação ao Prêmio Jabuti e a conquista do Prêmio Minuano de Literatura.
Lançamento que já está no topo da lista de mais vendidos da editora Moinhos desde o mês de junho, “O que pesa no Norte” vem trilhando uma trajetória de êxitos, tendo sido finalista do Prêmio Cepe Nacional de Literatura e rendendo ao autor a aprovação de alguns editais, a exemplo da Caravana Agosto das Letras e dos editais de ocupação da Usina Cultural Energisa e da Casa da Pólvora, onde Germano irá apresentar uma leitura dramática do livro.
“A leitura dramática será a primeira experiência no palco de uma história que tem tudo a ver com o teatro”, diz ele. “Eu tentei estabelecer um paralelo entre a linguagem teatral e a romanesca na trama, o que não poderia ser diferente em se tratando de um personagem que desaparece na cidade grande perseguindo o sonho de ser ator”.
Guilherme, o personagem, é procurado pelo pai neste livro, numa narrativa que tem inspiração no cancioneiro de Belchior.
“Quando eu comecei a escrever, Belchior estava sumido, em seu ostracismo voluntário”, explica Tiago. “Achei que a questão do desterro, que ele trabalha tão bem em sua obra, podia ser uma moldura para os traumas que eu queria explorar, que tinham muito a ver com o choque cultural que sofri ao deixar o Nordeste pra estudar e trabalhar no Sudeste e no Sul”, completa.
Mestre e doutor em Escrita Criativa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com estágio em universidade dos Estados Unidos, Tiago Germano nasceu em Picuí, no Seridó paraibano, e já trabalhou em veículos de imprensa de São Paulo e da Paraíba antes de se estabelecer em definitivo em João Pessoa, onde fundou com a esposa (a também escritora Débora Ferraz) o escritório de autores Edícula Literária.
“Foi uma trajetória marcada por migrações e não há como elas não atravessarem também a minha ficção”, conclui Tiago Germano.