Mansão de Pelé avaliada em R$ 8 milhões tem R$ 400 mil em dívida de IPTU e foi penhorada
Uma das mansões deixadas de herança por Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, apresenta sinais de abandono. Mas não é só isso. O g1apurou que a casa em Guarujá (SP), avaliada em aproximadamente R$ 8 milhões, tem mais de R$ 400 mil a serem pagos do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). Além disso, o imóvel foi colocado como garantia de uma outra dívida do Rei — ou seja, pode ir a leilão.
O advogado de Edinho, filho de Pelé e responsável por administrar os bens deixados pelo pai, contrariou as versões de moradores locais ouvidos pela equipe de reportagem e afirmou que o imóvel não está abandonado. O g1 entrou em contato novamente com a defesa para um posicionamento sobre as dívidas, mas não obteve retorno.
A mansão, que tem 3.849,5 m², ocupa um quarteirão na Praia de Pernambuco. A casa foi a penúltima residência de Pelé antes do ex-jogador morar com a esposa, Márcia Aoki, em um imóvel no Jardim Acapulco, na mesma cidade. Apesar da mudança, o Rei continuou a frequentar o local.
O cenário atual da casa conta com sinais de abandono, deterioração devido ao tempo e destruição por vandalismo. Além disso, a situação nos documentos do imóvel também chama atenção. Há uma dívida de R$ 452.102,54 de IPTU junto à Prefeitura de Guarujá.
Ainda mais, a mansão está no nome de uma das empresas de Pelé e foi colocada como penhora, ou seja, uma forma de garantia, de uma dívida de uma outra instituição do ex-jogador. O valor da ação, que não foi especificada no documento, é de R$ 7 milhões.
Penhora
Ao g1, o advogado Thyago Garcia explicou que o imóvel penhorado deve ser levado a hasta pública [leilão]. Não há, porém, um prazo para que isto aconteça.
“Ele [proprietário] é devedor e o imóvel está como garantia daquela dívida. Muito em breve aquele imóvel vai ser levado a hasta pública, a leilão”, explicou o especialista.
Ainda de acordo com o advogado, a penhora não impede a venda. Porém, o comprador deve ter consciência de que o imóvel serve como ‘garantia’ de uma dívida. Thyago Garcia acrescentou que o fato do casarão de Pelé estar em espólio [patrimônio do morto] também não é um impedimento.
O local que foi cenário de muitos momentos na vida de Pelé se tornou alvo de ladrões. Segundo moradores, criminosos usaram as árvores ao redor para invadir a casa e furtar fios de cobre. A residência, que antes tinha um transformador de energia exclusivo, hoje está sem luz.
Ainda de acordo com os relatos, funcionários da mansão foram demitidos após a morte do Rei, dando início aos sinais de abandono do imóvel.
Edson Cholbi do Nascimento, o Edinho, é o inventariante, ou seja, responsável por administrar os bens de Pelé. O advogado Augusto Miglioli, que representa o filho do Rei, alegou que a casa foi desocupada e os funcionários foram demitidos com o Atleta do Século ainda vivo. A defesa destacou que estes fatos não foram influenciados pela morte dele.