Mãe alerta sobre visitas na pandemia após bebê com 1 mês testar positivo para Covid-19: ‘teve madrugada que gemia de dor’
A pequena Alice Vitória tinha apenas 34 dias de vida quando sentiu febre e o nariz ficou congestionado, acompanhado de uma tosse seca. Os sintomas, que surgiram na última quinta-feira (27), fizeram a recém-nascida, de João Pessoa, querer apenas colo. Além disso, foram os sinais para que a mãe desconfiasse que havia algo errado e suspeitasse que ela havia sido contaminada com Covid-19, após receber visitas, que hoje são motivo de alerta para a família.
No mesmo dia, a mãe da menina começou a ter febre e dor no corpo. As duas, que não saíam de casa desde o sétimo dia de vida da bebê, quando fez o teste do pezinho, foram em busca de atendimento médico. A pediatra que atendeu Alice pediu que ela fizesse um teste para diagnóstico de Covid no 3º dia de sintomas. O resultado foi positivo.
Receber pessoas em casa após o parto da menina não era uma opção para a auxiliar financeira, Fernanda. Mãe de primeira viagem, ela passou por muitas dificuldades na gravidez e fez de tudo para proteger Alice, a quem define como “um milagre”.
Ela explicou que não estava aceitando visitas. Mas teve quem insistiu. Quem foi até o local e chegou sem máscara recebeu o pedido para recolocar o equipamento de proteção individual no rosto, mas algumas pessoas, voltavam a tirá-la. Constrangida, Fernanda não insistia.
Depois do susto, o pensamento dela é outro. A mãe até usou as redes sociais para expandir o pedido que as visitas a bebês sejam evitadas.
“Quando eu me dei conta que ela estava doentinha e que essa doença já matou várias pessoas, eu fiquei muito abalada. Explodiu dentro de mim uma leoa que tem coragem de atacar qualquer um pra defender a cria, pois é a vida de uma criança que está em jogo. E na hora de decidir entre chatear alguém ou a saúde de minha filha, eu a escolho, mesmo que eu seja taxada de exagerada”, reforçou.
Na publicação, a auxiliar financeira lembrou, que mesmo vacinada, viveu um pesadelo com a pequena e explicou o motivo para desabafar.
“Estou com Covid também, tive todos o sintomas e meu corpo está dolorido até os fios de meus cabelos. Imagina a minha pequena que teve madrugada que gemia de dor […]. Deem ouvidos a essa ‘mãe louca’ [que] no fundo ela só quer proteger a cria”.
Cuidados em casa foram intensificados
Com o resultado positivo para a doença, Fernanda intensificou a atenção aos cuidados com a filha e casa.
“Estamos higienizando o quarto duas vezes ao dia, para que não fique nenhum resquício de poeira, estou evitando o ar-condicionado e dando bastante colo para a minha pequena”, contou.
Para ter condições de cuidar bem da filha, ela passou a se alimentar melhor com comidas saudáveis. Também passou a tomar água e sucos em maiores quantidades.
Bebês não podem receber visitas na pandemia, reforça pediatra
A médica pediatra Suellem Clementino, da maternidade pública de Campina Grande, explicou que os bebês não devem receber visitas durante a pandemia. Porque são mais vulneráveis a doenças.
“O recém-nascido não está com seu sistema imunológico desenvolvido. Na maioria das vezes, ainda não tomou as vacinas, quando é uma visita muito precoce. Então é evitar esse tipo de contato”, justificou a especialista.
Se não houvesse pandemia, a pediatra disse que as visitas poderiam acontecer em qualquer momento, desde que com a permissão prévia dos pais.
Com ou sem pandemia, no geral, as pessoas não devem beijar mãos, rosto ou os pés do bebê. Quem estiver com sintomas gripais, em qualquer época, não devem visitar bebês.
Na pandemia, os cuidados com o uso de máscaras faciais – que não devem ser retiradas -, limpar as mãos com álcool em gel e manter o distanciamento – especialmente dos recém-nascidos – devem ser respeitados.
Se o bebê ou a mãe apresentar algum sintoma gripal, a médica disse que devem permanecer em isolamento por sete dias e indica que as emergências das unidades de saúde sejam evitadas. Mas se apresentar febre persistente e falta de ar, o atendimento médico deve ser procurado.
Por g1 PB