Em Barra de Santa Rosa: Bispo preside Missa e Crisma nas festividades de Nossa Senhora da Conceição

O bispo diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, presidiu na noite desta sexta-feira, 29, a missa em preparação à festa de Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Barra de Santa Rosa. Durante a celebração, o prelado proferiu o Sacramento da Crisma a 214 crismandos, entre jovens e adultos, marcando um importante momento de confirmação da fé e do compromisso com a Igreja. A missa foi concelebrada pelo padre Tiago, pároco da comunidade, que acolheu, com alegria, o pastor diocesano.
O momento contou com a presença de um grande número de fiéis que se reuniram para celebrar e render graças a Deus por tantas bençãos e graças alcançadas, através da intercessão de Nossa Senhora da Conceição. A devoção e a alegria tomaram conta da comunidade, que vivenciou um momento de profunda espiritualidade.
Após a Celebração Eucarística, os fiéis participaram de uma quermesse, que contou com música ao vivo; um momento de confraternização da comunidade paroquial.
Homilia
A homilia de Dom Dulcênio, em preparação para a festa de Nossa Senhora da Conceição, em Barra de Santa Rosa, começou com uma expressão de alegria pela celebração de Maria Imaculada. A referência aos 170 anos do dogma da Imaculada Conceição sublinha a grandeza e a beleza desse mistério, onde Maria, desde o início de sua vida, foi preservada do pecado original, por um privilégio divino que a faz completamente isenta da mancha do mal. A Imaculada Conceição é, portanto, uma afirmação de pureza e graça em um grau que transcende a experiência humana comum.
“Maria, desde o principio, era possuidora da graça santificante, e junto com esta de todos os bens que a acompanharam, isto num grau não comum, mas numa abundância tal, que Santo nenhum até o fim da sua vida chegou a possuí-la. Inerente a este dom da graça santificante se achava outro privilégio, o da perseverança final”, disse.
Dom Dulcênio destacou a perfeição da graça santificante que Maria recebeu, uma graça que a acompanhou durante toda a sua vida, sem jamais ser perdida, ao contrário do que ocorreu com Eva. A comparação de Maria com Eva é profunda: enquanto Eva caiu, Maria, a “nova Eva”, permaneceu sempre fiel a Deus, sem nunca ser separada de Sua graça. Esta graça não apenas a preservou do pecado, mas fez com que sua alma fosse “transbordante” de tesouros espirituais, tornando-a uma obra-prima do Criador.
“A alma, ou o coração de Maria no mistério da Imaculada Conceição não é comparável a um recipiente, puro sim, e sem mácula, destituído entretanto de qualquer adorno; antes se assemelha com um vaso riquíssimo transbordante de todas as espécies de tesouros e preciosidades da ordem sobrenatural; obra prima, maravilhosa da terra e do céu, da natureza e da graça, honra da casa de Deus e a complacência do divino artífice, seu criador”, destacou.
O bispo reforçou que Maria, em sua pureza e luz, é um modelo de beleza espiritual, sendo comparada ao lírio entre os espinhos, simbolizando a perfeição da criação. Essa imagem reforça a ideia de que, apesar de vivermos em um mundo manchado pelo pecado, Maria, com sua incorruptível santidade, se ergue como símbolo da pureza e da luz celestiais. Ela é a “açucena” no meio de um mundo árido e pecador, e sua beleza espiritual é um testemunho do amor e da graça divina, que transcende as dificuldades do pecado humano.
“Não como nós, pobres filhos de Eva, desfigurados pelo pecado, semelhantes a tristes espinheiros, crestados pelo sol, Maria pelo contrário se entende bela, luminosa, envolta em claridade celestial, qual lírio puríssimo, encanto dos Anjos e dos Santos do céu. “Como a açucena entre os espinhos, assim é a minha amiga entre as donzelas” (Cant. 2,2)”, refletiu.
Por fim, Dom Dulcênio fez um convite à reflexão sobre o exemplo de Maria e o chamado a viver de acordo com a palavra de Deus. A mensagem do Evangelho, como a figueira que dá sinais do tempo, é um sinal de que o Reino de Deus está próximo. A palavra de Deus, que nunca passará, deve ser a base de nossa vida, pois é eterna e verdadeira. Ele concluiu com uma exortação para que cada cristão, como Pedro, confesse a fé na palavra de Cristo, que oferece vida eterna e salvação.
“A nós cristãos, agora, cumpre-nos crer e viver conforme as palavras de Jesus, para experimentar na história sua eficácia libertadora e no céu sua promessa de felicidade sem fim.
Nós, agora, tal qual Pedro, outrora, devemos repetir com forte convicção: “Tu tens as palavras de vida eterna” (Jo 6,68). Amém”.
Por: Ascom
Fotos: Pascom Paroquial