Paraíba

Paraíba é quarto estado do Nordeste com maior número de assassinatos de pessoas trans

A Paraíba é o quarto estado do Nordeste com maior número de assassinatos de pessoas trans entre os anos de 2017 e 2022. Os números são apontados pelo Dossiê Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). De acordo com os dados, no país, o estado ocupa o 10º lugar nesse ranking, com 31 assassinatos no período dos seis anos analisados, mesmo número dos estados do Amazonas e Mato Grosso.

Em 2022, foram registrados 4 assassinatos na Paraíba; em 2021, 2 assassinatos; em 2020, 5; em 2019, também 5; em 2018, 5; e em 2017, 10 assassinatos.

O estado de São Paulo com 116 casos, aparece na 1ª posição do ranking. Em 2º, registra-se o Ceará, com 84 casos; Bahia em 3º, com 79 assassinatos; Minas Gerais com 69, em 4º; Rio de Janeiro com 67, na 5ª posição; Pernambuco em 6º , com 59 casos; Paraná em 7º, com 42; Pará em 8º, com 37 assassinatos; e Goiás em 9º, com 33.

Outros dados que chamam a atenção no dossiê é que a maior concentração dos assassinatos é na região Nordeste, com 52 assassinatos, e que o Brasil é o país com mais mortes de pessoas trans e travestis no mundo pelo 14º ano consecutivo, seguido pelo México e Estados Unidos, em segundo e terceiros lugares, respectivamente.

Mesmo com números alarmantes, o dossiê, no entanto, alerta que “os dados não refletem exatamente a realidade sobre os assassinatos e/ou a violência contra pessoas trans devido as próprias limitações dessa pesquisa na busca dos dados, sobretudo pela inexistência de informações governamentais sobre violência LGBTIfóbica, onde os estados e o governo federal insistem em uma política de manutenção da subnotificação sistêmica para negar a violência específica contra essa população”.

De acordo com Dehell Félix, presidente da Associação LGBT+ Iguais, a violência contra as pessoas trans passa, principalmente, por uma questão de cultura. “Nós ainda temos instalados o coronelismo na Paraíba. Mesmo a gente tendo mecanismos, políticas públicas ativadas, nós vivemos e um estado lgbtfóbico, em que as famílias tradicionais acham que nós somos uma ameça para eles e, por isso, como toda ameaça precisa ser combatida, começa o discurso de ódio. Mas são pessoas como qualquer outras que precisam ter seus direitos respeitados, sobretudo à saúde, à educação e ao mercado de trabalho”, disse.

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